o coração e as coisas.


Quanto maior o vazio no coração de uma pessoa, maior a sua dependência do exterior. Também poderia dizer, quanto maior o apego às coisas, maior a angustia do coração e vice versa. Podemos ver que há uma relação direta entre a necessidade de obter coisas, a contínua necessidade de cuidar da aparência, a busca por aprovação, e a falta de conteúdo no coração. Como já disse alguém, rico não é quem tem tudo, mas quem necessita de pouco, outra pessoa disse que alguém era tão pobre, mas tão pobre que tudo o que tinha era dinheiro. Quanto mais satisfeito está o coração, menos o brilho das coisas o seduzirá. Se vemos alguma pessoa excessivamente preocupada com sua aparência e ou suas posses, podemos ter certeza de que ali está um coração em profunda agonia, sem desfrutar do descanso e de paz em seu íntimo. Triste dor sem fim a de esperar por solução em coisas e pessoas fora de si mesmo, isto é o caminho da depressão, da angustia, da ansiedade. Buscando mudar o exterior jamais chegaremos a uma mudança da realidade pessoal, afinal os outros não tem nenhuma obrigação de mudar para que eu fique bem, estabelecemos assim uma relação conflituosa em nossa existência, distribuindo culpas inexistentes e expectativas que não serão supridas. Onde está o teu tesouro ali estará o teu coração. 
Um coração insatisfeito buscará compensações, vemos então uma coisa muito triste, o ser humano trabalha desenfreadamente para ter coisas de que não necessita, muitas vezes com um recurso que não tem, para impressionar pessoas de quem não gosta, e ainda pensa que está abafando... seria um caminho muitíssimo mais curto dedicar-se a cuidar do próprio coração adequadamente e poupar tanto esforço inútil. A mídia sabe desta neura toda e investe pesado em nos mostrar como seríamos mais felizes e realizados se tivéssemos isto ou aquilo, se fossemos a este ou àquele lugar, se comessemos determinado tipo de comida, etc. Sempre realçando situações que ainda não temos em mãos nos causando a contínua sensação de “está faltando algo à minha vida”, e de fato está, só que o que está faltando não se compra com dinheiro.
Tenho observado que toda a compulsão por compras, comida, bebida, cuidado excessivo da aparência, manutenção de status, reconhecimento pessoal e etc. tem sua origem em corações insatisfeitos, é a busca inútil por prazer e satisfação verdadeira e permanente em coisas que são transitórias. Isto não pode dar certo, como coisas temporais poderão assegurar satisfação perene??? 
Veja se não é assim que acontece; quando uma situação fica ruim em meu íntimo, surge um impulso por comprar, passear, comer, beber, se ao menos eu tivesse isto ou aquilo, estaria mais satisfeito, mais realizado... vou às compras para desopilar... e tadinho do orçamento doméstico.
Eu sou o que sou, não sou o que uso ou o que tenho, nem mesmo o que faço ou que pensam e dizem a meu respeito, é certo que o valor que atribuo ao que tenho, uso, faço, à minha reputação, dizem muito à respeito do que sou, mas o que determina meu ser é o que está dentro, não o que está fora. Este é um poço sem fundo, querer satisfação e realização no ter e no fazer, e não no ser. Mais duro ainda, é que tudo isto pode ser igualmente enganoso e danoso quando revestido de uma capa de “piedade carnal”, uma aparência de piedade,mas no fundo é o velho homem querendo dar o ar de sua graça  buscando satisfação e reconhecimento, travestido de uma forma piedosa mas negando o poder de Deus. Fazendo inúmeras coisas “piedosas” para ser reconhecido.
Arrependimento (mudança de entendimento) é a única solução, avaliemos nossas crenças corajosamente e vamos dar os nomes verdadeiros ao que ali encontrarmos, daí encontraremos a força necessária para uma completa mudança em nossa vida. Enquanto insistirmos em mascarar as verdadeiras fontes de nossa vida, não teremos escapatória. Somente a verdade nos libertará.
Mostra-me a tua fé sem obras, e com minhas obras te mostrarei a minha fé. Tg 3;18.


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