TUTOR OU MENTOR???







Se voltarmos à origem da criação do homem (Gn 1;26,27), veremos que Deus lhe deu domínio sobre: as aves do céu, os peixes do mar, os animais que rastejam, os animais que andam sobre a terra, sobre toda a terra. Em nenhum momento foi a intenção de Deus dar ao homem o domínio sobre outros homens, observe o irmão ao teu lado; ele tem penas? Garras? Escamas? Rasteja pelo chão? Então, não nos foi dado domínio sobre ele.

O propósito de prestarmos conta de nossas vidas, é de sermos ”mentoreados”, e não “tutelados” . Um mentor deseja que seu mentoreado aprenda a pensar e decidir por si mesmo e que busque a quem for necessário para o seu pleno amadurecimento. O tutor decide tudo por seu tutelado,  pois o mesmo é incapaz de decidir por si mesmo. Se algo não der certo a responsabilidade total é do tutor... alguém que é tutelado será sempre irresponsável e um peso ao seu tutor. O processo de mentorear é libertador para ambos, discípulo e mestre, pois aponta alternativas, ensina a usar o mapa, e não determina o caminho para outro.

Tutelar pessoas que não são incapazes, de fato, de cuidar de si mesmas, é um caminho certo para inúmeras frustrações e aberrações na vida, um vínculo de dependência doentio é estabelecido e os relacionamentos se tornam cheios de expectativas frustradas, cobranças, subjugo, às vezes até verdadeiros abusos são cometidos. 

A tentativa de tutelar um ser humano adulto, no pleno uso de suas faculdades mentais e físicas, é um caminho certo para provocar a sua ira, mais dia ou menos dia, ele se insurgirá contra esta dominação e seus “tutores” o tacharão de rebelde, ou se tornará um imprestável a qualquer coisa que requeira criatividade, iniciativa, voluntariedade, disposição própria, e seus “tutores” o tacharão de indolente.

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